Três ou mais bebidas com cafeína por dia estão associadas a enxaquecas
Beber muito café ou outras bebidas cafeinadas pode desencadear enxaquecas em pessoas propensas a essas dores de cabeça graves, sugere um novo estudo.
Os pesquisadores do estudo descobriram que, entre as pessoas com enxaqueca periódica , consumir pelo menos três doses de cafeína por dia estava ligado a uma maior probabilidade de ter uma enxaqueca naquele dia ou no dia seguinte. No entanto, consumir apenas uma ou duas doses de cafeína por dia geralmente não estava associado a enxaquecas, descobriu o estudo.
Embora muitas pessoas relatem que a cafeína tende a desencadear suas enxaquecas, poucos estudos rigorosos examinaram esse elo. De fato, o novo estudo, publicado hoje (8 de agosto) no American Journal of Medicine , é um dos primeiros a examinar se as mudanças diárias na ingestão de cafeína estão ligadas ao aparecimento de enxaquecas. ( Ouch: 10 causas estranhas de dores de cabeça )
“Curiosamente, apesar de alguns pacientes com enxaqueca episódica pensarem que precisam evitar a cafeína, descobrimos que beber uma a duas porções não foi associado com maior risco de dor de cabeça”, disse em um comunicado a autora sênior do estudo, Suzanne Bertisch, professora Harvard Medical School e um investigador clínico na Divisão de Distúrbios do Sono e Circadiana no Hospital Brigham and Women, em Boston. Ainda assim, mais pesquisas são necessárias para confirmar os resultados; “Mas é um primeiro passo importante”, disse Bertisch.
O papel da cafeína no desencadeamento de enxaquecas pode ser particularmente complexo, disseram os autores, porque seu impacto depende do quanto as pessoas consomem e com que frequência. A cafeína pode desencadear um ataque, mas também pode ter um efeito de alívio da dor, eles disseram.
No novo estudo, os pesquisadores analisaram informações de quase 100 adultos que foram diagnosticados com enxaqueca episódica, o que significa que eles apresentaram enxaquecas pelo menos duas vezes por mês, mas não mais do que 15 vezes por mês. (Pessoas com 15 ou mais enxaquecas por mês têm uma condição chamada ” enxaqueca crônica” ).
Os participantes preencheram uma pesquisa on-line duas vezes ao dia durante seis semanas para registrar sua ingestão de cafeína – incluindo o número de porções de café, chá, refrigerante e bebidas energéticas que consumiam – e se tinham uma enxaqueca naquele dia.
Em média, os participantes relataram sentir cerca de oito enxaquecas durante o período de estudo de seis semanas. Todos os participantes relataram consumir cafeína pelo menos uma vez durante o período do estudo e, em média, consumiam cerca de oito porções por semana.
Para cada participante, os pesquisadores compararam relatos de enxaqueca nos dias em que consumiram cafeína com relatos de enxaqueca nos dias em que não consumiam cafeína.
No geral, os participantes eram mais propensos a ter enxaqueca nos dias em que consumiam três ou mais bebidas cafeinadas, em comparação com os dias em que não consumiam bebidas cafeinadas. Mas não havia uma ligação entre a enxaqueca e o consumo de uma ou duas bebidas cafeinadas.
No entanto, entre as pessoas que raramente consumiram qualquer tipo de cafeína, até mesmo uma a duas porções de cafeína aumentaram as chances de ter uma dor de cabeça naquele dia, disseram os autores.
As descobertas ocorreram mesmo depois que os pesquisadores levaram em conta outros fatores que poderiam desencadear enxaquecas, incluindo o consumo de álcool, estresse, exercício e privação do sono.
É possível que alguns participantes tenham consumido bebidas cafeinadas depois que suas enxaquecas começaram. Para tentar excluir essa “causa reversa”, os pesquisadores examinaram a ligação entre o consumo de cafeína em um determinado dia e as enxaquecas no dia seguinte. Suas descobertas foram semelhantes: beber pelo menos três bebidas cafeinadas foi associado a um risco aumentado de enxaqueca no dia seguinte.
Ainda assim, o estudo não foi capaz de examinar se fatores como o tipo de bebidas cafeinadas, a quantidade total de cafeína ou a hora do consumo afetaram o risco de enxaqueca e, portanto, mais pesquisas são necessárias para investigar isso, disseram os autores.
Fonte: LifeScience – Saúde- Por: Rachael Rettner , 08/08/2019