Exercícios curtos de esforço intenso ajudam a reduzir glicose e colesterol

Exercícios curtos de esforço intenso ajudam a reduzir glicose e colesterol

Os benefícios são ainda maiores entre atletas não profissionais

Se a falta de tempo é a melhor desculpa para não se exercitar, está na hora de inventar outra: uma sessão de meia hora de esforço intenso com intervalos de recuperação pode, em alguns casos, proporcionar mais benefícios do que exercícios longos de intensidade constante. Além de melhorar a condição geral da saúde, sobretudo de pessoas com diabetes tipo 2, a técnica de rajadas curtas seguidas de descanso aumenta a resistência e a força muscular, especialmente em praticantes amadores.

O treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit, na sigla em inglês) ganhou atenção após personalidades do mundo fitness revelarem o método como um dos segredos para o corpo definido. Trabalhos científicos, contudo, têm apontando melhorias além das estéticas, como controle de açúcar no sangue, redução do risco para diabetes, diminuição da resistência à insulina, aumento prolongado da taxa metabólica e maior produção do fator neurotrófico derivado do cérebro (Bdnf), uma proteína relacionada à sobrevivência e à formação de neurônios.

Recentemente, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, detalharam, na revista Pnas, parte dos mecanismos moleculares do exercício (veja infográfico). Os resultados mostram que o enorme estresse muscular provocado pelo Hiit altera receptores dos canais de cálcio, potencializando a expressão de genes como o PPAR-Gama e PGC1-alfa, responsáveis pela geração de novas mitocôndrias. Essas moléculas atuam como usinas de energia para a célula, e o aumento delas torna o músculo mais resistente.

Especialista em medicina do exercício e do esporte, Getúlio Bernardo Morato Filho aponta que a geração de mitocôndrias é um dos motivos pelo qual o Hiit é empregado para reabilitar pacientes infartados. “Ele melhora a capacidade aeróbica também pelo aumento da expressão de enzimas que oxidam gorduras e carboidratos”, acrescenta o também professor do curso de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs), em Brasília.

Fonte: Portal Ciência e Saúde

Por :  Isabela de Oliveira do CB , postado em 15/11/2015