Nem Toda Gordura é Ruim: Estudo Mostra que os Exercícios Criam a “Gordura Boa”

 

Fonte: American Diabetes Association 73rd Scientific Sessions (2013).
Notícia publicada em: 31.08.2013
Autor: Indefinido

Dois novos estudos em camundongos e humanos sugerem que o exercício pode treinar a gordura para que ela se comporte de maneira diferente da gordura desenvolvida a partir do comportamento sedentário e que essa “gordura boa” pode induzir melhora metabólica em outros tecidos, conforme pesquisa apresentada nas 73rd Scientific Sessions® da American Diabetes Association.

Os estudos, financiados pela American Diabetes Association e o National Institutes of Health, descobriram que os camundongos que correram em uma roda de exercícios, por 11 dias e os homens submetidos à 12 semanas de treinamento em bicicleta ergométrica, experimentaram um escurecimento do tecido adiposo branco subcutâneo ( SCWAT), o que aparentemente levou à profundas mudanças na maneira como a gordura se comportou no corpo. A gordura amarronzada foi mais metabolicamente ativa do que a gordura branca, resultante de comportamento sedentário. Para determinar se a gordura escurecida poderia afetar a forma como o corpo utiliza a glicose, os investigadores transplantaram a gordura dos camundongos treinados para os camundongos sedentários (com muita gordura) e descobriram que os animais mostraram um aumento da tolerância à glicose e sensibilidade à insulina durante, pelo menos, 12 semanas após o transplante.

“Nossos resultados mostraram que o exercício não somente apresenta efeitos benéficos nos músculos, mas também afeta a gordura,” disse a Dra. Kristin Stanford, PhD, uma pesquisadora pós-doutoranda no Joslin Diabetes Center em Boston. “Está claro que quando a gordura é exercitada se torna mais escura e mais ativa metabolicamente. Nós achamos que existem fatores sendo liberados para a corrente sanguínea, a partir dessa gordura saudável, que trabalha em outros tecidos.”

Até o momento, ainda não se sabe se a gordura amarronzada também está tendo o mesmo impacto nos seres humanos, uma vez que este tipo de transplante, em seres humanos, ainda não pode ser feito.

“Sabemos que o exercício é bom para nós,” acrescentou a Dra. Laurie Goodyear, PhD, chefe de seção no Joslin, pesquisadora sênior do estudo e Professora Adjunta da Harvard Medical School. “Mas o que nós estamos mostrando aqui é que a gordura muda dramaticamente em resposta aos exercícios praticados e que isso traz bons efeitos metabólicos. Esta não é a gordura que está em torno da região abdominal, que é uma gordura ruim e que pode levar ao Diabetes e a outras condições insulina-resistentes. É a gordura que está sob a pele, a gordura subcutânea, que se adapta e parece ter importantes efeitos metabólicos.”

Os estudos sugeriram que a gordura amarronzada está associada com o aumento da absorção de glicose, com a melhora da composição corporal, com a redução da massa de gordura e com o aumento da sensibilidade à insulina, nos camundongos.

“Nosso trabalho, mais do que nunca, nos fornece maior motivação para chegarmos lá e nos exercitarmos”, disse Stanford.

Estes estudos sugerem que, mesmo que você não esteja perdendo peso, o exercício serve ainda para treinar sua gordura a ser mais ativa, mesmo que você não veja os resultados na balança, ainda assim está melhorando o seu metabolismo geral e, portanto, a sua saúde.