Fonte: Diabetes News, de 06/06/2018 por Jack Woodfield
Uma nova pesquisa sugere que, um bom controle a longo prazo do diabetes tipo 1 é susceptível de garantir uma boa função cognitiva na velhice.
Os efeitos da duração muito longa do diabetes tipo 1 na função cognitiva foram investigados pelo Joslin Diabetes Center.
Os pesquisadores norte-americanos descobriram que uma coorte de adultos com diabetes tipo 1 com 50 anos ou mais de duração exibia mais sinais de diminuição da capacidade cognitiva.
Estes 82 participantes, conhecidos como os medalhistas de Joslin, completaram uma série de testes de memória e foram comparados com indivíduos de 31 anos de idade com diabetes tipo 2 e 30 participantes do controle sem diabetes.
Enquanto o desempenho dos medalhistas foi um pouco pior do que aqueles sem diabetes, os resultados foram muito positivos. No geral, não houve sinais clínicos de declínio cognitivo leve para os medalhistas, que permaneceram dentro de uma faixa normal de função para pessoas de sua idade.
“Ninguém entre os medalhistas precisa se preocupar; este é um grupo muito saudável que está mostrando sinais mínimos de declínio cognitivo”, disse a autora Gail Musen, PhD, pesquisadora assistente da Divisão de Pesquisa de Joslin.
“No entanto, esses pequenos déficits podem ser evitados com comportamentos de autocuidado que ajudam a minimizar as complicações do diabetes”.
Um fator-chave nos medalhistas que vivem há mais de 50 anos se resume a manter um bom controle do diabetes tipo 1 e viver com estilos de vida saudáveis.
Os pesquisadores descobriram que a retinopatia diabética desempenhou um papel na diminuição do desempenho em um dos testes, um teste psicomotor que envolveu a colocação de pequenos pinos em forma de chave em slots. Outro achado foi na identificação de uma ligação entre alterações de memória e sinais de doença cardiovascular.
As pessoas com diabetes tipo 1 podem prevenir o declínio cognitivo mantendo um bom controle dos níveis de açúcar no sangue , comendo alimentos saudáveis, não processados, fazendo exercícios regulares e evitando hábitos de vida pouco saudáveis, como fumar ou ingerir álcool regularmente.
Essas novas descobertas, de acordo com os pesquisadores, adicionam mais peso aos benefícios do exercício, porque mais atividade física está relacionada à redução do risco de doenças cardiovasculares. Assim como nas complicações oculares, sabe-se que a doença cardiovascular é um marcador de aumento do declínio cognitivo.
“Como as doenças oculares e cardiovasculares em pacientes diabéticos são tratáveis, estamos muito esperançosos de que o declínio cognitivo na diabetes tipo 1 também seja evitável”, disse George King, MD, diretor científico da Joslin e diretor da Divisão de Pesquisa.
“Queremos estudar ainda mais essa população, para entender melhor esses processos e encontrar terapias para protegê-los.”
Os resultados foram publicados na revista Diabetes Care .