Complicações Crônicas

Complicações Crônicas

Os sintomas das complicações envolvem queixas visuais, cardíacas, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas e ortopédicas, entre outras.

Sintomas visuais.
O paciente com Diabetes Mellitus descompensado apresenta geralmente turvação visual. As complicações, a longo prazo, envolvem redução da acuidade visual e visão turva que podem estar associadas a catarata ou a alterações retinianas denominadas retinopatia diabética. A retinopatia diabética pode levar ao envolvimento importante da retina, chegando a causar descolamento de retina, hemorragia vítrea e até cegueira.

Sintomas cardíacos.
Pacientes diabéticos apresentam maior prevalência de hipertensão arterial, obesidade e dislipdemias. Em casos de tabagismo associado, o risco de doença cardivascular é ainda maior. A doença cardíaca pode envolver as artérias coronárias, o músculo cardíaco e o sistema de condução dos estímulos elétricos do coração. Como o paciente apresenta em geral também algum grau de alteração dos nervos do coração, as alterações cardíacas podem ocorrer sem que nenhum sintoma se manifeste, sendo descobertas apenas na presença de graus avançados de doenças cardiovasculares: o infarto agudo do miocárdio, a insuficiência cardíaca e as arritmias.

Sintomas circulatórios.
As alterações circulatórias se manifestam por arteriosclerose de diversos vasos sanguíneos e são freqüentes as complicações que obstruem vasos importantes: as artérias carótidas, aorta, ilíacas, e diversas outras das extremidades. Essas alterações são particularmente importantes nos membros inferiores (pernas e pés), que associadas às alterações circulatórias, dos nervos periféricos (neuropatia periférica), infecções fúngicas e bacterianas e úlceras de pressão; compõem o chamado “pé diabético” que pode levar em estágios mais avançados à amputação de membros inferiores, com grave comprometimento da qualidade de vida dessas pessoas.

Sintomas digestivos.
Pacientes diabéticos podem apresentar comprometimento da inervação do tubo digestivo, com consequente diminuição da motilidade do trato gastro intestinal. Tais alterações podem provocar distensão abdominal,e vômitos com resíduos alimentares e diarréia. A diarréia é caracteristicamente noturna e ocorre sem dor abdominal significativa; freqüentemente associado com incapacidade para reter as fezes (incontinência fecal).

Sintomas renais.
O envolvimento dos rins no paciente diabético evolui lentamente e sem sintomas, e estes quando ocorrem já significam perda de função renal significativa. São exemplos: inchaço nas pernas e nos pés (edema de membros inferiores), pressão arterial de difícil controle, anemia e perda de proteínas pela urina (proteinúria), confusão mental e coma metabólico.

Sintomas urinários.
Pacientes diabéticos podem apresentar dificuldade para esvaziamento da bexiga devido à perda de sua inervação (bexiga neurogênica). Essa alteração pode provocar perda de função renal e funcionar como fator de manutenção de infecções urinárias de repetição. Nos homens, essa alteração pode associar-se com dificuldades de ereção e impotência sexual, além de piorar sintomas relacionados com aumento de volume da próstata.

Sintomas neurológicos.
O envolvimento de nervos no paciente diabético pode provocar neurites agudas (paralisias agudas) nos nervos da face, dos olhos e das extremidades. Podem ocorrer também neurites crônicas que afetam os nervos dos membros superiores e inferiores, causando perda progressiva da sensibilidade vibratória, dolorosa, ao calor e ao toque. Essas alterações são o principal fator para o surgimento de modificações na posição articular e da pele que na planta dos pés, ocasionando úlceras (“mal perfurante plantar”). Os sinais mais característicos da presença de neuropatia são a perda de sensibilidade em bota e luva. Ocorrem ainda deformidades como a perda do arco plantar e as “mãos em prece” e as queixas de formigamentos e alternância de resfriamento e calores nos pés e pernas; principalmente, à noite e chegando até ao aumento,diminuição ou ausência de sensibilidade nas extremidades.

Sintomas dermatológicos.
Pacientes diabéticos apresentam maior risco para infecções fúngicas de pele (tinha corporis, intertrigo) e de unhas (onicomicose). Nas regiões afetadas por neuropatia, ocorrem formações de placas de pele espessada denominadas hiperceratoses, que podem ser a manifestação inicial do mal perfurante plantar.

Sintomas ortopédicos.
A perda de sensibilidade nas extremidades leva a uma série de deformidades; como os pés planos por perda do arco plantar, os dedos em garra, e a degeneração das articulações dos tornozelos ou joelhos (“Neuroartropatia de Charcot”).