Dieta Mediterrânea melhora funções do HDL-colesterol em pessoas com alto risco cardiovascular

Dieta Mediterrânea melhora funções do HDL-colesterol em pessoas com alto risco cardiovascular

As funções biológicas das lipoproteínas de alta densidade (HDL – colesterol) contribuem para explicar o papel cardioprotetor da lipoproteína, o que vai além dos níveis quantitativos de colesterol HDL. Algumas intervenções em pequena escala com um único antioxidante melhoraram algumas funções do HDL.

No entanto, até o momento, nenhum ensaio controlado e randomizado, de longo prazo e em larga escala, foi realizado para avaliar os efeitos de um padrão alimentar rico em antioxidantes (como uma dieta mediterrânea  tradicional [TMD]) sobre a função do HDL em seres humanos.

Coordenado pelo Dr. Álvaro Hernáez, do Hospital del Mar Medical Research Institute, em Barcelona, o presente trabalho foi realizado em uma sub amostra aleatória de voluntários do estudo PREDIMED (Prevención con Dieta Mediterránea, n=296), com idade média de 66 anos, após uma intervenção de um ano. Comparou-se os efeitos de duas TMDs, uma enriquecida com azeite extra-virgem (TMD-VOO; n=100) e a outra enriquecida com nozes (TMD-Nuts; n=100), em relação a uma dieta com baixo teor de gorduras (n=96).

Foram avaliados os efeitos de ambas as TMDs no papel das partículas de HDL no transporte reverso de colesterol(capacidade de efluxo do colesterol, capacidade do HDL para esterificar o colesterol e atividade da proteína de transferência de colesteril éster), propriedades antioxidantes de HDL (atividade da paraoxonase-1/arilesterase e capacidade antioxidante do HDL total em lipoproteínas de baixa densidade) e capacidade vasodilatadora do HDL(habilidade do HDL para induzir a liberação de óxido nítrico em células endoteliais). Estudou-se também os efeitos da TMD em diversas características relacionadas à qualidade do HDL (oxidação de partículas HDL, resistência à modificação oxidativa, composição lipídica e proteica principal e tamanho de distribuição).

Ambas TMDs aumentaram a capacidade de efluxo de colesterol em relação ao início do estudo (P=0,018 e P=0,013 para TMD-VOO e TMD-Nuts, respectivamente). A intervenção de TMD-VOO diminuiu a atividade da proteína de transferência de colesteril éster (relativamente ao início do estudo, P=0,028) e aumentou a capacidade do HDL para esterificar o colesterol, a atividade da paraoxonase-1/arilesterase e a capacidade vasodilatadora do HDL (em relação ao controle; P=0,039, P=0,012 e P=0,026, respectivamente).

A adesão a uma TMD induziu estas mudanças benéficas melhorando o estado oxidativo e a composição do HDL.

As três dietas aumentaram a percentagem de partículas grandes de HDL (em relação à linha de base, P<0,001).

Concluiu-se que a dieta Mediterrânea , especialmente quando enriquecida com azeite extra-virgem, melhora as funções ateroprotetoras do HDL em humanos.

Fonte: Circulation, volume 135, número 7, de 14 de fevereiro de 2017

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