A Colchicina Pode Beneficiar Pacientes Com Diabetes E Infarto Do Miocárdio Recente
25 de janeiro de 2024
Medscape
LINHA SUPERIOR:
Uma dose diária baixa de colchicina reduz significativamente eventos cardiovasculares isquêmicos em pacientes com Diabetes tipo 2 (DM2) e infarto do miocárdio (IM) recente.
METODOLOGIA:
- Após um infarto do miocárdio, pacientes com ou sem DM2 apresentam maior risco de outro evento cardiovascular.
- O Colchicine Cardiovascular Outcomes Trial (COLCOT), um estudo randomizado, duplo-cego, encontrou um risco menor de eventos cardiovasculares isquêmicos com 0,5 mg de colchicina tomada diariamente versus placebo, iniciado dentro de 30 dias após um IM.
- Os pesquisadores conduziram uma análise de subgrupo pré-especificado de 959 pacientes adultos com DM2 (idade média, 62,4 anos; 22,2% mulheres) no COLCOT (462 pacientes em grupos de colchicina e 497 pacientes em grupos de placebo).
- O endpoint primário de eficácia foi um composto de morte cardiovascular, parada cardíaca ressuscitada, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou hospitalização urgente por angina que requer revascularização coronariana em uma mediana de 23 meses.
- Os pacientes estavam tomando uma variedade de medicamentos apropriados, incluindo aspirina e outro agente antiplaquetário e uma estatina (98%-99%) e metformina (75%-76%).
REMOVER:
- O risco para o desfecho primário foi reduzido em 35% em pacientes com DM2 que receberam colchicina do que naqueles que receberam placebo (taxa de risco, 0,65; P = 0,03).
- A taxa de eventos do desfecho primário por 100 pacientes-mês foi significativamente menor no grupo colchicina do que no grupo placebo (taxa de taxa, 0,53; P = 0,01).
- As frequências de eventos adversos foram semelhantes nos grupos de tratamento e placebo (14,6% e 12,8%, respectivamente; P = 0,41), sendo os eventos adversos gastrointestinais os mais comuns.
- No COLCOT, os pacientes com DM2 tiveram um risco 1,86 vezes maior de um evento cardiovascular de desfecho primário, mas não houve diferença significativa no desfecho primário entre aqueles com e sem DM2 em uso de colchicina.
NA PRÁTICA:
“Pacientes com DT2 e infarto do miocárdio recente obtêm um grande benefício da terapia de redução da inflamação com colchicina”, observaram os autores.
FONTE:
Este estudo, liderado por François Roubille, Hospital Universitário de Montpellier, França, foi publicado online em 5 de janeiro de 2024, na revista Diabetes Care.
LIMITAÇÕES:
Os pacientes não foram estratificados na inclusão quanto à presença de Diabetes. Além disso, o estudo não avaliou o papel da hemoglobina glicada e do colesterol de lipoproteína de baixa densidade, bem como os efeitos de diferentes medicamentos hipoglicemiantes ou possíveis episódios hipoglicêmicos.