Tendo em vista a notícia transmitida erradamente pelo “Jornal Nacional” sobre o lançamento do Pâncreas Artificial, colocamos aqui um esclarecimento sobre o produto, que na realidade é apenas a mais nova versão das Bombas de Insulina, ou sistema de infusão contínua de Insulina.
Leia à seguir.
Temos escutado muito sobre o lançamento do “pâncreas artificial” no Brasil e muitas dúvidas têm surgido sobre o que exatamente é essa nova tecnologia.
O produto em si não é exatamente um pâncreas artificial pois trabalha somente com a infusão de insulina e não dos demais hormônios do pâncreas.
Ele é uma evolução das chamadas bombas de infusão contínua de insulina, sistemas que ficam implantados de maneira subcutânea no corpo e infundem insulina conforme programado. Isso quer dizer que não é implantado dentro do corpo como um órgão verdadeiro, mas sim, externamente, na pele.
Esta bomba de insulina que vem sendo chamada de “pâncreas artificial” é um sistema fechado de infusão, chamado “closed loop” e vem com um sensor de monitorização contínua de glicose que mede a glicemia 288 vezes por dia e se comunica com a bomba de infusão por bluetooth, fornecendo os valores da glicose medidos. A bomba de infusão de insulina vai fornecer ou suspender a infusão de insulina automaticamente de acordo com um algoritmo da empresa, chamado de SmartGuard. Ajusta automaticamente a administração de insulina e corrige os valores altos de forma permanente, a cada 5 minutos, conforme necessário. Se os valores de glicemia estão tendendo a altos, a bomba fornece mais insulina. Se tendem para baixos, fornece menos insulina.
A bomba de insulina fornece insulina basal para o paciente de maneira contínua mas também é capaz de calcular o bolus pré-prandial caso o paciente se esqueça ou calcule incorretamente a quantidade de insulina para a refeição, corrigindo automaticamente a infusão de insulina para a meta de glicose do usuário.
Portanto o sistema é capaz de corrigir automaticamente a infusão de insulina para mais ou para menos de acordo com a glicemia do paciente, sendo necessários menos ajustes/programações e intervenções do paciente e do médico. Favorece o melhor controle e maior tempo dentro da meta de glicemia estipulada, além de diminuir os episódios de hiper e hipoglicemia, graças à monitorização contínua de glicose e à infusão automatizada da insulina.
Dra. Vivian Fanny Delgado de França Arruda
Médica Endocrinologista da Anad