Diabéticos desenvolvem insuficiência cardíaca e morrem mais cedo por esta doença do que os não-diabéticos: Fremantle Diabetes Study

Fonte: 75° Sessão Científica da American Diabetes Association
Notícia publicada em: 17.06.2015
Autor: Dr. Timothy Davis

 

A prevalência de insuficiência cardíaca entre pacientes diabéticos tipo 2 que participam do estudo  Fremantle Diabetes Study (FDS) é menor do que a já observada em outros estudos com pacientes diabéticos, tendo sido relatada anteriormente uma taxa tão elevada como quatro vezes a da população em geral.

É provável que isto seja um reflexo do melhor manejo dos fatores de risco cardiovasculares nesta coorte contemporânea, de acordo com o Dr. Timothy Davis da University of Western Australia.

Foram recrutados 1.296 pacientes com diabetes tipo 2 para o estudo  FDS, entre 1993 e 1996, acompanhados em média por 12 anos. A idade média dos pacientes no momento da inscrição era de 64 anos e os pacientes tinham diagnóstico de diabetes há quatro anos.

No total, 8,6% dos indivíduos tinham uma hospitalização prévia por insuficiência cardíaca. Em 5.159 controles correspondentes, sem diabetes tipo 2, apenas 3,0% tinham sido hospitalizados anteriormente por insuficiência cardíaca, uma diferença estatisticamente significativa em comparação com os pacientes do  Fremantle Diabetes Study (FDS).

Dos 1.185 indivíduos sem insuficiência cardíaca no início do estudo, 31,8% foram hospitalizados por insuficiência cardíaca ou morreram de insuficiência cardíaca durante o período de acompanhamento.

Em comparação com os controles, aqueles com diabetes tipo 2 tiveram uma probabilidade duas vezes maior de desenvolver insuficiência cardíaca durante o período de acompanhamento.

Segundo dados do presente estudo, os pacientes diabéticos têm seu primeiro evento de insuficiência cardíaca quatro a cinco anos antes dos indivíduos sem diabetes e morrem quatro anos mais cedo após o evento de insuficiência cardíaca.

Na análise, os pacientes diabéticos apresentaram a primeira internação por insuficiência cardíaca, em média, na idade de 75 anos em comparação com 80 anos nos controles equivalentes para idade e sexo.

A idade de morte entre os pacientes diabéticos após o primeiro evento de   foi de 79 anos nos pacientes do estudo  FDS versus  83 anos entre os pacientes não diabéticos que desenvolveram insuficiência cardíaca.

Além dos fatores de risco estabelecidos para a insuficiência cardíaca, a hiperfiltração renal [definida como uma relação de filtração glomerular estimada (eGFR)> 90 mL /min] foi identificada na modelagem de riscos proporcionais de  Cox como fator de risco potencialmente novo para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.

A insuficiência cardíaca é uma complicação muito comum do diabetes tipo 2, cerca de 30% dos diabéticos tipo 2 passam a desenvolver ou morrer de insuficiência cardíaca.

NEWS.MED.BR, 2015