Novo Cálculo Oferece Previsão Precoce Simples e Confiável do Diabetes
19 de janeiro de 2024
Medcal Xpress
O Diabetes muitas vezes permanece sem ser detectado até que já danifique órgãos ou nervos. Isto se deve em parte ao fato de que o diagnóstico precoce é demorado e difícil.
Uma equipe internacional de pesquisadores liderada pelo Professor Associado Dr. Johannes Dietrich do Departamento de Medicina I da Ruhr University Bochum no Hospital St. Josef em Bochum, Alemanha, mostrou que um cálculo matemático baseado em apenas dois valores retirados de uma amostra de sangue permite o diagnóstico confiável e barato do Diabetes em um estágio inicial.
A Diabetes muitas vezes permanece muito tempo sem ser detectada.
“Trinta por cento de todas as pessoas que sofrem de Diabetes ainda não foram diagnosticadas e, consequentemente, não recebem nenhum tratamento”, aponta Johannes Dietrich. Isto se deve em parte ao fato de que não é fácil detectar a doença numa fase inicial.
“A Diabetes instala-se gradualmente e as nossas opções de diagnóstico não são suficientemente sensíveis para a detectar; além disso, não são suficientemente específicas, o que significa que também podem ocorrer resultados falsos positivos”, sublinha Dietrich.
Juntamente com os seus colegas da Alemanha, Índia, Singapura e Reino Unido, ele pesquisou um novo método para a detecção precoce da Diabetes.
O método, denominado SPINA Carb, é baseado em modelagem matemática. Basta uma amostra de sangue, que é colhida pela manhã, antes do paciente tomar o café da manhã. Dois valores medidos na amostra são relevantes: o valor da insulina e o valor da glicose.
“Inserimos esses valores em uma equação que descreve o ciclo de controle do corpo para o metabolismo do açúcar e o dividimos de acordo com uma determinada variável”, explica Johannes Dietrich. O resultado é o chamado índice de disposição estática (SPINA-DI).
Mais confiável que outros marcadores. Em simulações computacionais, a equipe de pesquisa comprovou que o novo parâmetro confirma a teoria da compensação dinâmica, que prevê que a resistência à insulina em pessoas com síndrome metabólica é compensada pelo aumento da atividade das células beta pancreáticas. Um estudo subsequente de três grupos de voluntários dos EUA, Alemanha e Índia apoiou esta suposição.
“Em todos os três grupos, descobrimos que o SPINA-DI calculado se correlacionou com indicadores relevantes da função metabólica, como a resposta a um teste oral de tolerância à glicose”, descreve Johannes Dietrich. Além disso, o SPINA-DI mostrou-se mais confiável do que outros marcadores calculados do metabolismo da glicose e permitiu um diagnóstico mais preciso.
“O novo método não é apenas econômico, mas também preciso e confiável”, concluem os autores. “Poderia complementar e, em muitos casos, até substituir métodos estabelecidos mais complexos”.