As pessoas infectadas com o coronavírus são três vezes mais propensas a desenvolver uma sensação de perda por danos nos nervos em comparação com aquelas sem o vírus, sugere um novo estudo.
Acadêmicos da Escola de Medicina da Universidade de Washington descobriram que indivíduos que contraíram COVID-19 correm um risco significativo de apresentar sintomas de neuropatia periférica, como dor, dormência e formigamento nas mãos e nos pés.
O primeiro autor, Simon Haroutounian, disse:
“Várias infecções virais – como HIV e herpes zoster – estão associadas à neuropatia periférica porque os vírus podem danificar os nervos.
“Descobrimos que dos pacientes que testaram positivo para COVID-19 também relataram problemas de neuropatia no momento do diagnóstico e que, para seis a sete por cento deles, os sintomas persistiram por pelo menos duas semanas e até três meses, sugerindo que este vírus pode ter efeitos prolongados nos nervos periféricos”.
Durante o estudo, a equipe de cientistas examinou os resultados de saúde de mais de 1.500 participantes que fizeram um teste COVID-19 no Washington University Medical Campus entre março de 2020 e janeiro de 2021.
De acordo com o relatório, 542 dos participantes testaram positivo com o coronavírus, enquanto 1.014 receberam testes negativos para COVID-19.
Como parte do estudo, cada participante também relatou se sentiu ou não sintomas de danos nos nervos.
Os pesquisadores descobriram que os participantes que testaram positivo tinham 30% mais risco de desenvolver neuropatia periférica em comparação com aqueles que foram negativos.
Haroutounian disse: “Há uma grande probabilidade de ainda podermos ajudar esses pacientes, mesmo que no momento não haja critérios diagnósticos claros ou mesmo uma síndrome reconhecida conhecida como neuropatia periférica COVID.
“É importante entender se uma infecção viral está associada a um risco aumentado de neuropatia. No caso do HIV, não percebemos que estava causando neuropatia por vários anos após o início da epidemia de AIDS.”
Os especialistas agora estão pedindo mais pesquisas nessa área para confirmar suas descobertas.
“Queremos acompanhar alguns desses pacientes que apresentam sintomas nervosos persistentes e aprender sobre o que está causando sua dor para que possamos diagnosticar e tratar melhor esses pacientes no futuro”, disse Haroutounian.