Quando o DT1 Começa a Se Desenvolver? Pesquisa Revela Como Identificar Aqueles Indivíduos sob Maior Risco

Fonte: American Diabetes Association 73rd Scientific Sessions (2013)
Notícia publicada em: 31.08.2013
Autor: Indefinido

Simpósio conjunto destaca as últimas questões e conhecimentos a respeito do

DT1: aumento global permanece inexplicado enquanto os pesquisadores

buscam as causas

Fonte: American Diabetes Association 73rd Scientific Sessions (2013).

Notícia publicada em: 31.08.2013

Autor: Indefinido

 

 

Simpósio conjunto destaca as últimas questões e conhecimentos a respeito do

DT1: aumento global permanece inexplicado enquanto os pesquisadores

buscam as causas.

 

Num importante passo para determinar quando o DT1 começa a se

desenvolver, os pesquisadores criaram ferramentas para prever,

com precisão, quem está sob maior risco para esta doença,

abrindo as possibilidades para a intervenção

precoce e para a, potencialmente, maior preservação

da função das células beta, conforme

os cientistas relataram no simpósio conjunto da

American Diabetes Association/Juvenile Diabetes

Research Foundation (JDRF) apresentado na American

Diabetes Association 73rd Scientific Sessions®.

 

O simpósio também destacou a investigação em curso

para identificação dos gatilhos para o DT1, que, tal

como o DT2, tem crescido globalmente nas últimas

décadas. Mas, ao contrário do tipo 2, que é associado

ao aumento global da obesidade e o envelhecimento

da população, as causas para o aumento do

DT1 permanecem obscuras. Além disso, descobrir

a magnitude desse aumento não tem sido fácil para

os pesquisadores, que se depararam com obstáculos

para coletar dados, especialmente nos países de

baixa renda. O simpósio também chamou a atenção

para a frequente dificuldade, dos indivíduos nesses

países de baixa renda, de receber insulina e outros

suprimentos para Diabetes.

 

Quando Previsões se Tornam Diagnósticos?

Embora os pesquisadores ainda estejam à procura

de respostas sobre como prevenir o DT1, recentemente

grandes avanços foram feitos para prever que

indivíduos tem mais chances de desenvolver a doença,

permitindo aos pesquisadores identificar o tipo 1

já nas primeiras fases de desenvolvimento e potencialmente

intervir para preservar a função das células

beta num estágio muito precoce e, em última análise,

prevenir o aparecimento do Diabetes sintomático.

 

Analisando o banco de dados do Diabetes Prevention

Trial of Type 1 Diabetes (DPT1), o Dr. Jay Sosenko,

MD, Professor de Medicina e Epidemiologia da Universidade

de Miami, identificou as variáveis que foram

mais previsíveis sobre quem desenvolveria sintomas

do DT1 e as usou para criar uma “score de risco”. Estas

variáveis incluem o IMC, idade, níveis de peptídeo

C em jejum, uma avaliação global da produção de

peptídeo C e uma avaliação geral da glicose. Estas

medições de peptídeo C e glicose foram obtidas a

partir de teste oral de tolerância à glicose. Então, o

Dr. Sosenko aplicou o “DPT1 Risk Score” (DPTRS)

aos dados de outro estudo, conhecido como o Trial-

Net Natural History Study (também conhecido como

Estudo Pathway to Prevention). Este é um grande estudo

multicêntrico, patrocinado pelo National Institute

of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK)

e que também recebe os apoios da American

Diabetes Association e do JDRF. O principal objetivo

do TrialNet é retardar ou prevenir o aparecimento do

DT1 em indivíduos sob alto risco (parentes de diabéticos

tipo 1 que têm auto-anticorpos pancreáticos)

para a doença. Os resultados mostraram que o DPTRS

teve sucesso em prever quem acabaria por ser

diagnosticado com sintomas de DT1, no TrialNet.

 

“O DPTRS pode identificar mesmo dentre os que

têm tolerância normal à glicose, mas que não deixam

de estar sob risco, em parte porque levam em conta

a idade”, afirmou o Dr. Sosenko. “Se você olhar

para os valores normais de glicose, nas crianças em

comparação aos adultos, eles tendem a ser menores.

 

A disglicemia, que atualmente é utilizada para

identificar os indivíduos sob alto risco, baseia-se em

limiares de glicose em adultos e esses limites podem

não ser adequados para as crianças. Em outras palavras,

uma criança de 8 anos de idade com nível de

glicose 2-horas normal para um adulto (por exemplo,

135 mg/dl) poderia estar sob maior risco do que

um adulto com um nível mais elevado (por exemplo,

150mgdl). Se a idade não for também considerada,

uma criança, sob alto risco, pode ser descartada.”

 

O Dr. Sosenko disse que descobriu que, uma vez que

os DPTRS ultrapassou certo limite, os indivíduos se

tornam altamente propensos a desenvolver sintomas

de DT1. “Então, um valor muito alto de DPTRS pode

significar que alguém tem Diabetes. Os dados sugerem

que o DPTRS, ou uma modificação dele, poderiam

oferecer um meio adicional para o diagnóstico

de DT1”.

 

Um segundo estudo, The Environmental Determinants

of Diabetes in the Young (TEDDY), está procurando

na população base por preditores de DT1

e potenciais gatilhos para a doença. “A maioria dos

novos casos de tipo 1 não está nos parentes de primeiro

grau de pessoas que já foram diagnosticadas,

mas nos casos esporádicos, da população em geral”,

informou o pesquisador Dr. William Hagopian, MD,

PhD, Diretor Científico do Pacific Northwest Diabetes

Research Institute de Seattle, e Professor Associado de Medicina

Clínica da University of Washington em Seattle.

 

O estudo de TEDDY examinou crianças recém-nascidas

para identificar aqueles com maior risco genético

de desenvolver o tipo 1 e está acompanhando as

crianças, quanto ao desenvolvimento de anticorpos

de ilhotas e Diabetes. O estudo tem 1.300 participantes

em cada um dos seis centros médicos na Suécia,

Finlândia, Alemanha, Geórgia/Florida, Colorado

e Washington, com um total de 8.600 participantes.

 

Os pesquisadores estimam que 400 deles desenvolverão

o DT1. Até o momento, 150 participantes foram

diagnosticados com este tipo de Diabetes.

 

Simultaneamente, está sendo avaliada a exposição

ao ambiente, das crianças, para que se possa, finalmente,

estabelecer correlações entre essa exposição

e o desenvolvimento do DT1.

 

O TEDDY não somente ajudará os pesquisadores a

entenderem melhor o que causa o DT1, mas também

oferecerá uma orientação clara para o desenvolvimento

de métodos, cobrindo toda a população, para

a prevenção do DT1, em todas as crianças, a partir

do nascimento. “Isso ajudará a diminuir a prevalência

da doença e os custos médicos já no aparecimento

da condição, bem como a ajudar a testar novas terapias

de prevenção, antes do aparecimento clínico – um

passo importante para a prevenção e intervenção precoce”,

disse o Dr. Hagopian.

 

DT1 em Países de Baixa Renda

Outros palestrantes do simpósio focaram em questões

que envolvem o DT1 em países de baixa renda,

onde os pesquisadores se esforçam para reunir os

dados necessários para o acompanhamento da incidência

da doença. Existe uma grande quantidade de dados

de boa qualidade em todo o mundo sobre

a incidência do DT1, coletados no âmbito do estudo

DIAMOND da Organização Mundial de Saúde, mapeando

a incidência do DT1, diagnosticado na infância,

em muitas partes do mundo, observou o Dr. Jaakko

Tuomilehto, Professor Emérito de Saúde Pública da

Universidade de Helsinki, na Finlândia. “No entanto”,

disse ele, “as informações são muito escassas para

os países de renda baixa e média”.

 

O acesso e os custos dos medicamentos e materiais

necessários continuam a ser um problema em muitos

países, com subsequente subutilização e racionamento.

 

Os pesquisadores também discutiram os

esforços para tornar a insulina e os medicamentos

relacionados com o Diabetes mais acessíveis aos indivíduos

que vivem em países de baixa renda, onde

o diagnóstico de um único membro da família pode

ser financeiramente devastador. “Em vários países da

América Latina, África Subsaariana e na Ásia, pode

levar de 30 a 40 por cento da renda familiar para se

subsidiar os US $ 250 – US $ 300 por ano gastos

com insulina e os outros suprimentos”, informou o

Dr. John S. Yudkin, MD, Professor Emérito de Medicina

do University College London, que é Presidente

da International Insulin Foundation (IIF). Ele também

observou que, mesmo nos EUA, as famílias podem

acabar falidas devido às despesas médicas relacionadas

ao Diabetes e a incapacidade de pagar pelo

tratamento é uma causa comum de visita ao departamento

de emergência por cetoacidose.

 

O Dr. Yudkin disse que esforços globais estão em andamento

através de uma colaboração entre o IIF, a

International Union Against TB and Lung Disease e

a Organização Mundial de Saúde, com a Organização

de Saúde Pan-Americana, para criar depósitos

de medicamentos para doenças não transmissíveis

(DNT) e melhorar a disponibilidade e a acessibilidade

a medicamentos essenciais, de alta qualidade, para o

tratamento de doenças não transmissíveis, incluindo

insulinas e distribuí-los nos países de baixa renda.

 

“Fizemos um enorme progresso na melhoria dos cuidados

para os indivíduos com DT1, no entanto, muito

mais precisa ser feito”, disse a Dra. Jane Chiang,

MD, Vice-Presidente Sênior de Assuntos Médicos e de

Informações Comunitárias da American Diabetes Association.

“O DT1 exerce impactos globais e ele afeta

países onde os cuidados básicos com o Diabetes não

são disponibilizados ou são severamente limitados.

Dados de grandes ensaios clínicos, como o TEDDY,

permitem que a American Diabetes Association eduque

os profissionais de saúde desses países, na identificação

dos indivíduos sob risco e no oferecimento de cuidados

de saúde padrão, para aqueles que convivem com o DT1”.

 

“A crescente incidência e idade cada vez mais precoce

de início do DT1 aumentam a urgência do desenvolvimento

de abordagens para sua prevenção”, afirmou o

Dr. Richard Insel, MD, Diretor Científico do JDRF.

“Novas abordagens, para a detecção de risco

e do estágio de progressão do DT1, criaram a base

para uma melhor concepção dos ensaios clínicos de

prevenção. O simpósio conjunto das ADA/JDRF nas

Scientific Sessions® capturou esses desenvolvimentos

animadores e os progressos recentes que levantam

a possibilidade de intervenção, mais esclarecida e eficaz,

na definição de risco para a prevenção do DT1.”

 

O JDRF é a principal organização mundial financiando

a pesquisa do DT1 (DM1). O objetivo do JDRF é

eliminar progressivamente o impacto do DM1 na vida

das pessoas, até alcançarmos um mundo sem a doença.

A fundação colabora com um vasto número de

parceiros e é a única organização com os recursos

científicos, a influência regulatória e um plano de trabalho

para melhor tratar, prevenir e, eventualmente,

curar o DM1. Como o maior patrocinador beneficente

da pesquisa em DM1, o JDRF está investindo

$530.000.000 em investigações científicas, em 17 países.

 

Em 2012, sozinha, a fundação distribuiu mais de

US $ 110 milhões para pesquisa em DM1. Mais de 80

por cento dos gastos dão suporte direto as investigações

e educação relacionada à pesquisa. Ainda, em

2012, a revista Forbes nomeou o JDRF como uma

das cinco instituições beneficentes All-Star, mencionando

a eficiência e a eficácia da organização. Veja

www.jdrf.org para maiores informações.