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Vendas de medicamentos genéricos crescem 11,2% no primeiro semestre do ano

Mais baratos que os de marca, remédios genéricos movimentaram R$ 9,1 bilhões.

A indústria farmacêutica também sente os efeitos da crise que tem afetado a economia brasileira ao longo dos seis primeiros meses de 2015. O crescimento de 11,2% nas vendas de medicamentos em unidades foi sustentado pelo mercado de medicamentos genéricos

As informações constam no balanço das vendas de medicamentos produzido pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, com base nos dados doIMS Health, instituto que audita as vendas do setor no Brasil e no mundo.

No Brasil, país que ocupa sexta posição no ranking entre os maiores mercados farmacêuticos do mundo, a venda de medicamentos movimentou R$ 36 bilhões entre janeiro e junho de 2015, o que representa um crescimento de 16,6 % em relação aos R$ 30,9 bilhões movimentados no ano passado em igual período.

Já os genéricos apresentaram crescimento superior à média do mercado. As vendas da categoria apresentaram alta de 24,6%. Foram movimentados R$ 9,1 bilhões no primeiro semestre de 2015, contra R$ 7,3 bilhões no mesmo período do ano passado.

Em volume, os genéricos bateram a marca de 467,3 milhões de unidades vendidas (caixinhas de medicamentos), apresentando crescimento de 12,3% em relação a 2014, quando foram vendidas 415,9 milhões.

O crescimento do mercado total, porém, também foi menor que o dos genéricos em volume. Foram comercializadas 1,6 bilhões de unidades de medicamentos contra 1,4 bilhões em igual período do ano passado, crescimento de 11,2%.

Ao excluirmos a categoria de genéricos do resultado da indústria o crescimento das vendas em unidades fica na casa dos 10%. “Isso revela que o consumidor está em processo de substituição de produtos de marca pelos genéricos, que custam obrigatoriamente 35% menos que os outros produtos e em alguns casos podem custar até 65% mais barato”, analisa Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos.

“Os sinais negativos da economia tem freado o consumo das famílias, muitas já afetadas com diminuição na renda. Nesses períodos, historicamente o genérico vem cumprindo seu papel social mais importante que é o de garantir o acesso a medicamentos, item essencial na vida de qualquer pessoa”, afirma Salles.

Atualmente, os genéricos detêm, de acordo com o levantamento, 28,6% de participação de mercado. A PróGenéricos ressalta, porém, que o número pode superar os 35%, tendo em vista que não estão incluídas nesse levantamento as compras públicas e nem os produtos subsidiados pelos governos federal e estaduais.

“O consumidor que, por conta da crise, passa a comprar o genérico, dificilmente retorna para o produto de marca”, explica a executiva. Ao observarmos o ranking das 10 maiores indústrias farmacêuticas em operação no Brasil, entre elas empresas nacionais e multinacionais, nove fabricam genéricos, sendo que a categoria chega a responder por mais de 50% do resultado dessas empresas.

Desde que chegaram ao mercado, em 2011, os genéricos já geraram uma economia direta aos consumidores de R$ 62 bilhões. Dados do Ministério da Saúde relevam, ainda, que os genéricos respondem por 85% dos medicamentos dispensados pelo Programa Farmácia Popular.

A PróGenéricos espera manter os indicadores de crescimento do primeiro semestre ao longo do ano. “Embora diante do restante da economia a indústria de medicamentos tenha apresentado um resultado animador, não podemos esquecer das pressões cambiais e a política tributária rigorosa do país que sacrifica os ganhos do setor”, analisa a executiva.

Fonte: Portal Hospitais Brasil de 27 /07/2015

 

 

A equipe de pesquisadores integrantes do projeto é formada pelos artistas plásticos Fernanda Rappa, de São Paulo; Pierre Fonseca e Guilherme Cunha, ambos de Minas; Márcio Diegues, do Rio de Janeiro e a crítica Fernanda Lopes

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Belo Horizonte — Criar diálogo entre a ciência e a arte a partir da pesquisa sobre raízes e seu uso medicinal. Esse é o objetivo da Ervaneria Móvel, projeto que prevê uma viagem por Minas Gerais com uma plataforma que é, ao mesmo tempo, laboratório, espaço expositivo, ateliê e herbário, além de contar com uma biblioteca. A equipe de pesquisadores integrantes do projeto é formada pelos artistas plásticos Fernanda Rappa, de São Paulo; Pierre Fonseca e Guilherme Cunha, ambos de Minas; Márcio Diegues, do Rio de Janeiro e a crítica Fernanda Lopes.

O trabalho conta com apoio da professora Maria das Graças Lins Brandão, do Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A primeira viagem do grupo, como conta Fernanda Rappa, está prevista para as próximas semanas. Com a plataforma, montada sobre uma carreta rebocável, o grupo irá de Catas Altas até São Gonçalo do Rio das Pedras. O trabalho prevê coleta de ervas e também de memórias dos raizeiros, valendo-se de diversos meios: vídeos, fotos, áudios, desenhos, instalações etc.

Vencedor do Programa Rede Nacional Funarte de Artes Visuais, o projeto é baseado na pesquisa do cientista italiano Stefano Mancuso, especialista em neurobiologia vegetal que investiga a comunicação entre as plantas e a interação delas com as florestas em que estão inseridas. Dessa forma, o italiano busca saber o que os vegetais dizem sobre a situação do planeta. O grupo brasileiro quer ainda abordar temas como conhecimentos tradicionais, biopirataria, criatividade e inovação.

“O projeto propõe um questionamento sobre o papel da arte em relação à ciência, além de trazer uma questão antropológica, já que os raizeiros — e mesmo algumas plantas — estão ficando cada vez mais raros”, explica Fernanda Rappa, ressaltando a necessidade e a importância de preservar conhecimentos surgidos com as populações indígenas há mais de 5 mil anos. “Hoje, a indústria farmacêutica e os pesquisadores estrangeiros chegam ao Brasil e simplesmente se apropriam desse conhecimento milenar sobre os benefícios das plantas medicinais. O Brasil precisa discutir essas questões”, afirma, lembrando que o assunto está posto ao debate inclusive pela sanção da Lei da Biodiversidade, em maio.

União
Reconectar ciência e arte é questão particularmente rica para as duas áreas, defende Rappa. “A arte, um tipo de saber que não é excessivamente categorizado, é particularmente apta para intermediar a relação entre a ciência e o mundo, potencializando o significado dela como conhecimento. Ou seja: por meio da experiência estética”, explica, “instala-se a transdisciplinaridade como ferramenta de busca de soluções mais criativas para os problemas. Artistas e pesquisadores, hoje, veem na interação entre ciência e arte o futuro para as duas áreas”, observa, contando que muitos trabalhos, na área de educação, já exercitam tal perspectiva.

A ciência, por sua vez, continua Rappa, trabalhando com a verificação dos fatos, de forma metódica, chega a melhores e mais amplas explicações do mundo e a formas de melhor compreendê-lo. “O que só enriquece a experiência artística”, observa. “Artistas e cientistas deviam estar de mãos dadas de forma a criar vida espiritual mais rica”, defende, contando que a vida social contemporânea, assim como a situação do mundo, pede tal abordagem. Até para enfrentar, de forma transformadora, problemas que são tanto globais quanto regionais. “Trata-se de sair do eixo tradicional do pensamento e abrir-se para a cultura da inovação.”