Semaglutida Oral Apresenta Resultado Promissor na Redução de HbA1c e Perda de Peso

Semaglutida Oral Apresenta Resultado Promissor na Redução de HbA1c e Perda de Peso

O primeiro agonista oral de GLP-1 submetido a ensaios de Fase 3 mostra benefícios significativos no controle do Diabetes Tipo 2

Os agonistas do GLP-1 ajudam a aumentar a secreção de insulina das células beta e suprimem a secreção de glucagon das células alfa. Um benefício adicional desses medicamentos antidiabéticos é que eles diminuem o esvaziamento gástrico e promovem a saciedade. A mais nova adição a esta classe de drogas é chamada semaglutida. Este agonista de GLP-1 mostrou ter maior redução de peso do que a liraglutida em um estudo de cabeça a cabeça. É também o único agonista de GLP-1 com administração oral  disponível na apresentação em comprimidos. No ensaio PIONEER 1, a semaglutida oral foi pesquisada quanto à sua eficácia e segurança.

Em um estudo randomizado duplo-cego, controlado por placebo, em fase 3a, a semaglutida oral foi administrada uma vez ao dia a pacientes com Diabetes Tipo 2. Havia 703 participantes inscritos. Todos eles tinham consistentemente altos níveis de glicose no sangue. A duração do estudo foi de 23 semanas e o desfecho primário foi a alteração na HbA1c. Grupos receberam 3,7 ou 14 mg de semaglutida ou um placebo uma vez ao dia. As características basais foram geralmente iguais com 49% dos participantes do sexo feminino, idade média de 55 anos e duração média de diabetes de 3,5 anos.

Os resultados mostraram redução na HbA1c e peso em todas as doses de semaglutida. No grupo de 3 mg, foi observada uma redução de HbA1c de 0,9% . Nos grupos de 7 mg e 14 mg, observou-se redução de 1,2% e 1,4%, respectivamente. O grupo placebo teve uma redução de 0,3% na HbA1c.

As reduções de peso da linha de base foram de 1,5% com a dose de 3 mg, 2,3% com a dose de 7 mg e 3,7% com a dose de 14 mg. No grupo de dosagem mais alta (14 mg), foi observada uma perda de peso média no final do estudo de 4,3 kg. A perda de peso com placebo foi de 1,4%. Os eventos adversos ocorreram em 58% dos pacientes na dose de 3 mg, 53% na dose de 7 mg e 57% na dose de 14 mg. O grupo placebo teve uma taxa semelhante de eventos adversos em 56%. O evento adverso mais relatado foi náusea em todos os grupos, incluindo placebo.

A semaglutida oral mostrou superioridade em relação ao placebo na redução da HbA1c e do peso. Ela também provou ser bem tolerada em pacientes com Diabetes Tipo 2 que tinham consistentemente altos níveis de glicose no sangue. A metformina é o tratamento padrão de primeira linha para o Diabetes Tipo 2. Este estudo mostrou uma redução tão significativa na HbA1c (especialmente em 14 mg), redução de peso e tolerabilidade que o uso anterior no diagnóstico do paciente pode ser benéfico. Um teste comparativo ideal seria comparada cabeça-cabeça frente a  metformina. Quando a semaglutida injetável foi recentemente comparada à liraglutida, a sua eficácia dominou sobre o outro agonista do GLP-1. Com uma opção oral disponível da semaglutida, poderia facilmente se tornar a droga de escolha para o controle do Diabetes Tipo 2.

Pontos Relevantes:

  • Os agonistas do GLP-1 reduzem o peso e a HbA1c e geralmente são bem tolerados. A semaglutida oral ainda está em fase 3, mas seria o primeiro não injetável em sua classe.
  • Em comparação com o placebo, as pessoas com Diabetes Tipo 2 que tinham níveis elevados de glicose no sangue tiveram reduções significativas na HbA1c e perda de peso.
  • Doses orais diárias de semaglutida não apresentaram diferença significativa nos eventos adversos comparados com o placebo.

Referências:

Vanita R. Aroda, Julio Rosenstock, Yasuo Terauchi, Ole Jeppesen, Erik Christiansen, Christin L. Hertz and Martin Haluzik. Effect and Safety of Oral Semaglutide Monotherapy in Type 2 Diabetes, PIONEER 1 Trial. Diabetes (2018)67:Supp1. https://doi.org/10.2337/db18-2-LB

The Lancet. 392 Issue 10148 (August 2018): 637-649. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31773-2

Fonte: Diabetes in Control, 3 de novembro de 2018.

Editor: Joy Pape, MSN, FNP-C, CDE, WOCN, CFCN, FAADE.

Autor: Angela Reyes, Pharm.D. Candidato, Faculdade de Farmácia LECOM.