Taxa de Diabetes e Risco de Amputações Aumenta entre os Brasileiros

Taxa de Diabetes e Risco de Amputações Aumenta entre os Brasileiros

O Diabetes é uma doença que afetará mais de 640 milhões de pessoas no mundo. Hoje, atinge aproximadamente 13 milhões no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, os casos da enfermidade cresceram 61,8% nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população para 8,9% em 2016. Entre 2015 e 2016 o índice de crescimento foi expressivo, de 3,4%. A expectativa é que em 2035 existam 19,2 milhões de diabéticos no país.

De acordo com o médico especialista em pés diabéticos, dr. Fábio Batista, uma das principais causas para o aumento dessas estatísticas é a falta de prevenção da doença.

“Considerando-se que o maior número de casos referem-se ao Diabetes tipo 2, cerca de 90% do total e apesar de coexistir uma predisposição individual, o estilo de vida desfavorável com dieta inadequada, sedentarismo, obesidade, tabagismo, dislipidemia, entre outros fatores, assume um importante papel no desenvolvimento da doença. Em relação ao comprometimento dos pés, dar atenção a determinados sintomas pode significar um importante passo no diagnóstico precoce desta desastrosa complicação. Dentre eles estão a sensação de formigamento, choques ou anestesia nos pés, condições essas, que podem indicar um nível significativo de comprometimento dos nervos periféricos, sendo esta, o principal fator de risco do pé diabético”, explica o especialista, dr. Fabio Batista.

Uma das principais consequências desta enfermidade, o pé diabético, é que pode levar a um grave comprometimento do membro, podendo chegar até a amputação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada minuto, três pessoas são amputadas no mundo em decorrência da doença.

O pé diabético ocorre devido à ação destrutiva do excesso de glicose (açúcar) no sangue. Essas alterações predispõem o surgimento de feridas, retardo no processo de cicatrização, deformidades no pé e o desenvolvimento de infecção com bactérias agressivas. Nestas situações, a pessoa pode se dar conta do problema, contudo, já se depara diante de um estágio bem avançado, requerendo uma atuação médica mais agressiva.

“O risco de amputação no cenário do pé diabético, aumenta de 15 a 40 vezes. Da população das pessoas com diabetes, pelo menos 25% delas, apresentarão sérios problemas funcionais. O percentual de úlceras diabéticas chega a 15%. A simples presença da ferida, dobra a chance de óbito dentro de 10 anos e a amputação maior, acima do tornozelo, em pacientes complexos, leva ao óbito em cinco anos, em quase 75% dos casos. Morre-se mais gente de complicações do pé diabético, do que de Câncer de Mama, Câncer de Próstata, Câncer de Colon, Linfoma, AIDS, Associação de AIDS e Câncer de Mama, entre outras”, alerta o médico.

Dr. Fábio Batista é médico ortopedista, especializado em pés diabéticos e salvamento funcional de membros em feridas complexas. É chefe do ambulatório de Atenção Integral ao Pé Diabético e assistente doutor efetivo do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unifesp (Escola Paulista de Medicina); Doutor efetivo da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo e integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, Osvaldo Cruz, São Luiz e Santa Rita em São Paulo.

IMAGEM : Membros do Lions Club de Itabuna se preparando para um Mutirão Diabético.

Fonte: https://www.terra.com.br/